Título: Vingadores: Guerra do Infinito (Avengers: Infinity War)
Realizador: Joe Russo, Anthony Russo
Estreia: 25 de abril de 2018
Trailer & Sinopse: Em anexo
Idade que Recomendamos: +8 anos (complexo)
Género: Marvel
Ao contrário do que os mídia revelam, "Vingadores: Guerra do Infinito" não me surpreendeu. O elenco e efeitos cénicos são bons, mas não definem o filme.
Conheço satisfatoriamente bem o universo Marvel e sinto que o guião ficou aquém do nome e das expectativas. As demandas Marvel caracterizam-se por aventuras regidas de lógica, onde coexistem a bravura, o sacrifício pelo povo e a moral. Ora, neste terceiro volume dos Vingadores temos cenas claramente forçadas, falsas e incoerentes, que parecem alimentar a vontade desmedida de uma sequela. A seguir, eu explico-te o ponto de vista (com spoilers).
Primeiro, temos as personalidades múltiplas de Thanos. Inicialmente, ele extermina toda a população de Asgard, que estava desarmada e rendido. Parece tê-lo feito sem compaixão, réstia de reflexão ou moral. No entanto, mais tarde, são muitas as vezes em que ele refere querer salvar todas as espécies da galáxia, sacrificando apenas metade delas para o efeito. Então, o que é feito da metade de Asgard (segundo alguns, ainda haverá uma segunda nave no filme seguinte)? Bem, até podemos pensar que, como os asgardianos são deuses e deusas guerreiros, são uma ameaça... Mas não! Quando chega a parte em que Thanos está prestes a matar o Iron Man, ele parece dominado por um oceano de moral, enaltecendo exacerbadamente o herói. Ora, os asgardianos também são heróis do universo Marvel, então, porquê matá-los como vermes e, na vez do Iron Man, que teoricamente Thanos nunca conheceu, mergulhar-se em decência?
Continuando, chegamos à parte que comprometeu todo o brio que o guião podia deter. Thanos está imobilizado pela Mantis (a alienígena dos Guardiões da Galáxia) e pelo Doctor Strange, enquanto o Iron Man e Homem-Aranha lhe retiram a luva. Eles vão ser bem-sucedidos, até o pobre vilão confessar ter morto a filha, Gamora. Nesse momento, o Senhor das Estrelas descobre que a sua amada está morta e sente uma vontade sobre-humana de esmurrar Thanos no rosto. Todos os heróis à sua volta dizem com uma boa antecedência para ele se conter, e a Nebula, a irmã de Gamora (aquela robô poderosa, fria e fortíssima) está mesmo ao lado dele. Todavia, ele não se consegue conter, e a robô perspicaz não se lembra de o impedir... e é assim que Thanos foge para continuar a saga.
A vontade de estender a duração do filme não fica por aqui. Depois de Thanos conseguir a pedra do tempo, ele encaminha-se para a Terra, sendo o Vision o alvo seguinte da sua obsessão. Bem, neste momento os nossos heróis sacrificam Wakanda para tentar a possibilidade de salvar Vision enquanto destroem a pedra da sabedoria. Mesmo sendo mais que óbvio que Thanos andará para trás no tempo para a recuperar, não compreendo como é que um herói passou a valer mais que um inocente, e até do que um país. Se refletirmos, Wakanda não entraria no conflito se não fosse a esperança desmedida de salvar Vision.
Finalmente, reparamos na luta inicial do Vision e da Scarlet Witch contra dois dos capangas de Thanos. Por vezes, fica bem na banda desenhada o vilão fugir para uma bem-vinda sequela. Porém, é necessária cautela quando passamos a ideia para filme. A Viúva Negra e o Capitão América conseguem encurralar os vilões, mas, em vez de os eliminarem (como aconteceria no mundo real), ou de reagirem de alguma outra forma, ficam parados à espera de que os vilões derrotados fujam. Mesmo na sua fuga, os nossos heróis ficam a vê-los subir até à nave espacial como se nada fosse.
Considerando que as pedras do infinito foram criadas com o início do Universo, também seria de esperar que elas superassem o martelo estelar de Thor, que não é o caso. Penso que não conseguiram fazer a distinção entre o poder de "um sistema estelar" e a dimensão do próprio Universo.
Para além do que foi referido, temos um exagero de clichés e trivialidades. Não penso que "Vingadores: Guerra do Infinito" seja um desastre. Afirmo, sim, que está longe de ser um filme 5*, ou o melhor do universo Marvel. Há filmes onde não podemos apontar um dedo, e este não é um deles.
Sinopse | VINGADORES: GUERRA DO INFINITO
A viagem cinematográfica sem precedentes que se iniciou há dez anos e abrange todo o Universo Cinematográfico Marvel culmina em "Vingadores: Guerra do Infinito", o mortífero e decisivo confronto.
Os Vingadores e os seus aliados terão de estar dispostos a sacrificar tudo na tentativa de derrotar o poderoso Thanos, antes que a sua tempestade de destruição e ruína ponha fim ao universo.
Sem comentários:
Enviar um comentário